Entretanto, antes desses dois momentos, o professor fez algumas considerações a respeito das concepções de gênero, a saber: a textual/material, de Hasan e Swales; a sociossemiótica, de Kness e Fairclaugh; e a "Bakhtiniana". Abaixo temos a síntese da proposta de cada tendência, elaborada pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes:
Nessa linha de entendimento, o professor nos alertou a respeito do cuidado que devemos ter ao denominar alguma coisa como gênero, salientando a necessidade de fundamentarmos essa determinação em algum aporte teórico. Como exemplificação e problematização dessa discussão, ouvimos do professor alguns relatos de suas experiências com os gêneros em aulas de inglês no estado de São Paulo.
Dando continuidade, vimos as apresentações das pesquisas e hipertextos produzidos pelos colegas Arly, Alcilene, Luciano e Juliana. Em seguida, apresentei minhas pesquisas, começando pelo diagrama de um hipertexto retirado do site TNH1 (disponível aqui)
e de alguns links pesquisados:
Nesse primeiro exemplo, encontramos um link malicioso que procura induzir o leitor ao clique para fazer download do arquivo, quando, na verdade, o carregamento só pode ser feito em outro link menor e com menos destaque.
O segundo exemplo que trouxe à aula continha outros dois links, como se pode ver abaixo:
Após a expor as pesquisas de links e hipertextos, propus um hipertexto que tratava do discurso jornalístico sobre a responsabilidade do professor nos maus resultados do ENEM das escolas públicas de Alagoas. Consistia em uma breve introdução de uma discussão mais ampla que usava a Análise do Discurso Pecheutiana como teoria de análise:
ENSINO
PÚBLICO E TRABALHO DOCENTE NO DISCURSO JORNALÍSTICO DE EDITORIAIS
DO JORNAL GAZETA
DE ALAGOAS
O
fraco desempenho das escolas públicas alagoanas nas edições do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2009 e 2010 trouxe à
tona as mais variadas explicações para o fracasso. De sua parte, a
Gazeta
de Alagoas posicionou-se
em seus editoriais de 21 de
julho de 2010 e 14 de
setembro de 2011, enunciando, a partir de sua posição
ideológica, é claro, as possíveis causas e soluções para o
problema e veiculando discursos que transcendem os episódios do ENEM
e tocam em questões como o papel do professor e da adesão dele aos
movimentos grevistas, ao mesmo tempo em que aponta para o modelo de
educação pública proposto pelo lugar ideológico do enunciador.
Dá-se aí a necessidade de fazer uso dos instrumentos da Análise
do Discurso, em sua perspectiva francesa, como forma de
compreender os efeitos de sentido da materialidade linguística,
desvelando os não-ditos e os silenciamentos.
Acrescente-se ao fato de o editorial
ser o espaço para o posicionamento da empresa diante dos
acontecimentos de maior repercussão (MELO, 1985, p. 79) a sua função
de influenciador da opinião pública (PICHELLI, PEDRO e CARVALHO,
2006, p. 2), o que traz maiores desdobramentos, pois assim ele se
constitui como espaço onde se coadunam discursos e se promove uma
determinada visão da realidade.
Da
mesma forma, é também fundamental levar em consideração as
Condições de Produção (CP) do discurso, que vão desde as
condições imediatas que circundam a formulação dos enunciados até
às sócio-histórico-ideológicas, o contexto mais amplo (FLORÊNCIO
et
al,
2009, p. 65).
Questione:
Os
atuais currículo e sistema de ensino públicos de Alagoas estão
adaptadas à proposta do Novo ENEM?
Qual
a responsabilidade e o papel do professor nesse contexto de fracasso
escolar do ensino público?
O professor fez alguns apontamentos a respeito da sobrecarga cognitiva desse hipertexto. Houve também uma interessante discussão a respeito do papel e do uso das charges e imagens na construção dos textos e hipertextos.
No segundo momento, tivemos a apresentação do texto "Os gêneros digitais e o desafio de alfabetizar letrando" com as colegas Roseane e Cecília, o qual traz uma situação de letramento que foi criticada pelo professor ao explicar que o processo foi feito de forma mecânica e não-emancipatória.